Aleksandr Sergeevich Púchkin, nascido em Moscou em 1799, é considerado o maior poeta russo e o fundador da moderna literatura russa. Descendente da nobreza russa por parte de pai e bisneto de Abram Gannibal, um príncipe etíope que se tornou protegido de Pedro, o Grande, Púchkin revolucionou a escrita com seus versos, assustando os neoclassicistas da época.
Desde cedo, Púchkin demonstrou um talento nato para a poesia. Sua avó materna e sua aia, uma humilde campesina, inculcaram nele um profundo amor pelos contos e pela poesia popular russa, apesar do francês ser a língua falada em sua família aristocrática. Leitor voraz, causava espanto sua facilidade em improvisar imitações de mestres como Molière, Voltaire, Byron e Shakespeare.
Uma de suas principais obras foi o romance em versos “Eugênio Oneguin” (1833), cujos protagonistas Eugene e Tatyana marcaram indelevelmente a literatura russa. Composto por 389 estrofes com um esquema de rima insólito, o livro narra de forma sutil e intimista a vida da sociedade imperial russa do século XIX. Outra obra-prima é a novela “A Dama de Espadas”.
Pioneiro no uso da língua vernácula em seus poemas e prosas, Púchkin influenciou profundamente as gerações seguintes de escritores russos, como Gógol, Dostoiévski, Turguêniev e Nabókov. Seus escritos não só inspiraram a literatura, mas também a música, a dança e o cinema. O compositor Tchaikovsky, por exemplo, baseou duas de suas óperas em obras de Púchkin.
Além de seu gênio literário, Púchkin era conhecido por seu espírito rebelde e seus ideais políticos liberais contra a autocracia. Isso lhe rendeu censura e exílio durante o reinado do czar Alexandre I. Sob a “proteção” do czar Nicolau I, que se tornou seu censor pessoal, o poeta viveu seus anos de maturidade em Moscou, período de grande produtividade literária.
Infelizmente, Púchkin faleceu prematuramente aos 37 anos, em 1837, devido a um ferimento fatal sofrido em um duelo. Seu legado, no entanto, é eterno. Para os russos, ele representa o que Shakespeare é para os ingleses. Púchkin não apenas elevou a língua e a literatura russas a novos patamares, como se tornou um símbolo cultural da própria alma russa. Um verdadeiro “Cavaleiro de Bronze” das letras, como o monumento erguido em sua homenagem em São Petersburgo.
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